O que é a Síndrome de Burnout?

Compartilhe:

Certa vez, lembro-me de estar na sala dos professores, olhando para o café frio na minha xícara. Eu nem tinha percebido que o café tinha esfriado – sinal de que algo estava um pouco errado. Era um daqueles dias abarrotados, com pilhas de provas para corrigir, reuniões intermináveis e aquela constante sensação de que eu nunca conseguiria dar conta de tudo. Foi aí que um colega meu, o Carlos, chegou e se sentou ao meu lado. Ele me olhou de um jeito meio preocupado e perguntou: “Tá tudo bem, cara? Você parece cansado.”

Essa pergunta me fez refletir. Eu estava realmente esgotado. E não era apenas o cansaço físico de um dia longo de trabalho, era uma exaustão profunda, que parecia drenar minha energia mental e emocional. Lembro-me de pensar: “Será que estou com a tal Síndrome de Burnout que todo mundo anda falando?”

A tal Síndrome de Burnout, para quem não sabe, é um esgotamento profissional que ocorre quando a gente fica exposto a um estresse crônico no trabalho por muito tempo. A OMS descreve isso como um combo de exaustão, cinismo e aquela sensação de que você não está rendendo tanto quanto deveria. Pense só: é como ser um carro que está sempre na reserva do tanque, tentando chegar ao destino sem nunca parar para abastecer.

O Carlos começou a falar sobre como isso sempre existiu, só que antes ninguém dava nome. Ele mencionou o neurólogo George Beard, que lá no século XIX, chamava isso de “neurastenia”. Aparentemente, de alguma forma, essa exaustão sempre fez parte da humanidade – desde os intelectuais da época até os profissionais modernos como nós.

À medida que a gente foi avançando como sociedade, principalmente com a industrialização e o boom econômico, o Burnout ficou mais comum. Herbert Freudenberger, um psicólogo dos anos 70, foi quem popularizou o termo. Ele estudava pessoas que trabalhavam em áreas emocionais, como assistentes sociais e profissionais da saúde mental. Basicamente, era uma galera que lidava com altas demandas emocionais dia após dia.

Eu comecei a detectar alguns sinais em mim. A exaustão física, claro, mas também aquela vontade de me distanciar do trabalho, quase como se eu estivesse em piloto automático, desconectado. E a pior parte: eu me sentia ineficaz, quase como se todo o meu esforço estivesse sendo jogado no lixo. E eu sabia que não estava sozinho. Conversei com outros amigos professores e descobri que muitos estavam no mesmo barco. Era quase um alívio saber que eu não estava louco, que havia um nome para isso e que minha experiência era válida.

Mas aqui está a coisa: cada um de nós responde ao Burnout de maneira diferente. Alguns amigos conseguiam lidar melhor por conta do suporte em casa ou por terem boas estratégias de enfrentamento, enquanto outros, como eu, precisavam de uma abordagem mais estruturada para lidar com o problema.

Foi preciso fazer algumas mudanças sérias. Levei a sério a ideia de tirar pausas – de verdade – durante o dia, pratiquei a tal da “higiene do sono” para dormir melhor e comecei a incorporar pequenos momentos de autocuidado na minha rotina. O suporte social fez um mundo de diferença também. Conversar com amigos que realmente entendiam e davam ouvidos foi crucial.

A Síndrome de Burnout não discrimina; pode atingir qualquer profissão, de médicos a professores, e até mesmo trabalhadores de fábrica. E na era digital, com a pressão para estar sempre “on”, as coisas só pioram. As empresas precisam começar a levar isso a sério também, criando ambientes de trabalho saudáveis e que incentivem o bem-estar dos funcionários.

Lembrando de tudo isso agora, a grande lição que tirei é que reconhecer os sinais e aceitar que precisa de ajuda é um primeiro passo poderoso. Precisar desacelerar não é fraqueza; é uma necessidade humana. O Carlos e eu, naquela conversa casual na sala dos professores, meio que salvamos a nós mesmos e um ao outro, entendendo que estávamos apenas tentando dar nosso melhor em um mundo que às vezes exige demais.

Cara, se passa pela sua cabeça que você pode estar sentindo algo parecido, procure ajuda, converse com alguém. É importante. A gente não precisa enfrentar tudo sozinho.

VEJA MAIS

Onde fica a cidade de Machu Picchu?

Se eu tivesse que descrever onde fica Machu Picchu diretamente, nossa, seria numa região daquelas de tirar o fôlego, encravada nas montanhas na Cordilheira dos

Onde fica o Japão?

Ah, onde fica o Japão? Essa é uma pergunta que sempre me faz lembrar daquela vez que eu era criança e via os canais de

8 Perguntas Frequentes sobre o Motor Diesel

O Motor Diesel é um tipo de motor de combustão interna que opera com base no ciclo Diesel. Esse ciclo envolve quatro fases principais: admissão de ar, compressão do ar, injeção de combustível e combustão/expansão.