O que é machine learning?

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Imagine que você tem a capacidade de ensinar uma máquina a aprender por conta própria. Isso é basicamente o que é o machine learning, ou como os entendidos gostam de chamar, aprendizado de máquina. Você cria algoritmos estatísticos, uma espécie de receita, que conseguem aprender com um monte de dados e, voilà, começam a tomar decisões sem que você precise dizer passo a passo o que fazer. É como se a máquina pegasse várias receitas de bolo e, ao invés de seguir uma específica, ela começasse a inventar suas próprias combinações de ingredientes baseando-se no que aprendeu com as receitas anteriores.

A diferença entre machine learning e outras formas de programação é justamente essa habilidade de aprender e se adaptar de forma autônoma. Nos últimos anos, as redes neurais artificiais – sabe aquelas que imitam o nosso cérebro? – têm superado várias técnicas antigas, especialmente em áreas como processamento de linguagem natural (imagine a Alexa ou o Google Assistant), visão computacional (tipo o que o seu celular faz quando desbloqueia com seu rosto), reconhecimento de fala, filtragem de emails (aquele botão mágico que manda spam direto pro lixo), além de muitas outras aplicações que incluem agricultura e medicina. Quando falamos de negócios, eles gostam de usar um termo mais pomposo: análise preditiva.

Vamos dar um passeio pela linha do tempo. Tudo começou nos anos 50 com um cara chamado Arthur Samuel. Ele trabalhava na IBM e era um dos pioneiros tanto em jogos de computador quanto em inteligência artificial. Foi ele quem criou o termo “machine learning”. A vontade de entender e replicar nossos processos cognitivos, aquilo que nos faz humanos, sempre foi um motor poderoso para essa tecnologia. Em 1949, Donald Hebb, um psicólogo canadense, publicou “The Organization of Behavior”. Esse livro foi uma pedrada na época porque ele introduziu uma estrutura neural teórica baseada nas interações entre células nervosas. Em outras palavras, ele colocou uma base para os algoritmos que usamos hoje, aplicando neurônios artificiais para troca de dados.

Nos idos dos anos 60, uma máquina experimental chamada Cybertron, da Raytheon Company, apareceu em cena. Esse troço usava memória de fita perfurada (já ouviu falar disso?) e conseguia analisar sinais de sonar, eletrocardiogramas e padrões de fala com um aprendizado bem básico, quase grosseiro – tipo uma criança aprendendo a andar. Ela tinha até um botão de “erro” para reavaliar decisões erradas. Esse negócio de reconhecer padrões ficou mais robusto nos anos 70 e 80, quando surgiram redes neurais capazes de reconhecer caracteres variados em terminais de computador.

Hoje, vivemos na era do machine learning com dois grandes objetivos: criar modelos preditivos que tentem adivinhar o que vai acontecer com base no que já aconteceu, e definir modelos descritivos que nos ajudem a entender melhor o que está rolando nos dados que temos em mãos. Esse conhecimento pode ser usado para uma gama de coisas, desde recomendar aquele produto que você nem sabia que queria numa loja online, até ajudar médicos a diagnosticar doenças com base em dados clínicos, prever os humores do mercado financeiro e até otimizar processos industriais.

Um exemplo clássico de machine learning que está no seu dia a dia é o filtro de spam no seu email. Os algoritmos analisam inúmeros emails ao longo do tempo e identificam padrões nos que geralmente são spam, separando automaticamente esses lixos da sua caixa de entrada. Outro exemplo interessante é o reconhecimento de fala, que é a tecnologia por trás dos assistentes virtuais. Esses algoritmos são treinados com toneladas de dados para que possam converter a sua voz em texto de forma precisa e rápida.

Ah, e nem comece a falar sobre carros autônomos! Aí o machine learning brilha com força. Os algoritmos são treinados para reconhecer sinais de trânsito, pedestres e outros veículos, tudo isso em tempo real. Isso não só promete tornar as viagens mais seguras, mas também mais eficientes. Já na medicina, machine learning está fazendo um trabalho fenomenal ao diagnosticar doenças precocemente. Ele analisa imagens médicas e dados dos pacientes, identificando sintomas e padrões que, muitas vezes, passariam batido pelo olho humano.

Além de todos esses benefícios diretos, machine learning está transformando o futuro do trabalho, a forma como interagimos socialmente e como tomamos decisões baseadas em dados. Empresas de todos os setores estão despejando uma grana preta em machine learning para otimizar operações e superar as expectativas dos clientes. Mas, cuidado, com grandes poderes vêm grandes responsabilidades. Todo esse poder também levanta questões éticas e de privacidade que não podem ser ignoradas. Precisamos de regulamentos e diretrizes rigorosas para garantir que o uso dessa tecnologia seja seguro e responsável.

Foi relatado que em alguns casos o uso de machine learning poderia otimizar setores como o agrícola, aumentando a produção de alimentos. Ao analisar dados sobre condições climáticas, tipo de solo, e saúde das plantas, esses modelos podem sugerir o melhor momento para plantar, irrigar e colher. Isso potencialmente reduce desperdício e melhora o rendimento, fundamental em um mundo onde a segurança alimentar é uma preocupação constante.

O aprendizado de máquina também está mudando a cara da segurança cibernética. Até pouco tempo, sistemas de segurança digital dependiam largamente de regras estáticas. Mas com machine learning, eles são capazes de detectar padrões de comportamento estranho e reagir a ameaças em tempo real. Isso significa que as redes podem ser protegidas de maneiras mais dinâmicas e proativas.

Enfim, machine learning é hoje uma peça-chave da inteligência artificial moderna, oferecendo potencial quase ilimitado para transformar diferentes esferas da sociedade. Desde suas raízes, inspiradas no entendimento dos processos cognitivos humanos, até sua capacidade atual de resolver problemas complexos, essa tecnologia promete um futuro onde as máquinas não só nos assistem, mas também aprendem e se adaptam continuamente para melhor atender nossas necessidades. É crucial usarmos essa tecnologia de forma ética e responsável, garantindo que seus benefícios sejam compartilhados e seu poder seja empregado para o bem comum.

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