Imagine um mundo onde a vida, como conhecemos, desafia todas as regras que aprendemos na escola. Normalmente, pensamos que todos os seres vivos precisam de oxigênio e de estruturas chamadas mitocôndrias, que funcionam como usinas de energia dentro das células. Mas o que aconteceria se alguém dissesse que existe um parasita que consegue viver sem essas usinas? Parece coisa de ficção científica, mas essa é a surpreendente descoberta do parasita chamado Henneguya salminicola.

Este minúsculo parasita, que vive nos músculos de salmões do Pacífico Norte, pertence ao mesmo grupo de criaturas que incluem águas-vivas e anêmonas, o filo Cnidaria. No entanto, o que faz esse parasita se destacar é sua capacidade de sobreviver sem os mitocôndrios, estruturas que, para a maioria dos animais, são essenciais para transformar oxigênio em energia. Normalmente, pensaríamos que, sem essas “usinas”, o organismo não conseguiria manter suas funções vitais. Mas o Henneguya salminicola prova que a vida pode ser mais flexível do que imaginamos.

Como isso é possível? A resposta está na evolução. Os cientistas, usando microscopia avançada e sequenciamento genético, descobriram que o parasita perdeu, ao longo do tempo, os genes responsáveis pelos mitocôndrios. Para simplificar, imagine que a célula é uma fábrica de energia, e os mitocôndrios são as máquinas principais. Nesse caso, o parasita conseguiu encontrar uma maneira de sobreviver sem essas máquinas, talvez usando outras estratégias de obtenção de energia ou vivendo de uma forma que não exija tanta energia.

Essa descoberta desafia o que sabemos sobre os limites da vida. Tradicionalmente, acreditava-se que todos os seres vivos precisavam de oxigênio e dessas estruturas específicas para gerar energia. Mas o H. salminicola mostra que a vida pode se adaptar de formas que ainda estamos descobrindo. Além de ser uma revelação científica fascinante, essa descoberta tem implicações práticas, especialmente para a indústria pesqueira. Como esse parasita pode afetar a qualidade dos salmões, a detecção do H. salminicola se torna importante para garantir a segurança dos produtos consumidos por nós.

Ao entender esses exemplos de vida que desafiam nossas concepções, aprendemos que a natureza é extremamente criativa e resiliente. Cada descoberta como essa amplia nosso entendimento do que é possível na biologia, abrindo portas para novas pesquisas e, quem sabe, futuras aplicações na medicina, biotecnologia e conservação. Afinal, a vida, em sua essência, é uma aventura de adaptação constante, sempre pronta a surpreender.

Fonte: Pesquisadores descobrem o primeiro ser vivo que sobrevive sem oxigênio – Diário do Centro do Mundo | Link da fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/pesquisadores-descobrem-o-primeiro-ser-vivo-que-sobrevive-sem-oxigenio/