Imagine que você está em um grande parque de diversões, onde cada brinquedo representa um jogo de videogame. Antes, a Microsoft era como aquela criança que só podia brincar no seu próprio cantinho do parque, com seus brinquedos exclusivos, como Gears of War e Halo. Essas eram as atrações que só quem tinha uma Xbox podia aproveitar, tornando a experiência única e especial.

Agora, algo mudou nesse parque. A Microsoft decidiu abrir suas atrações para outros cantinhos do parque, como PlayStation e Nintendo. É como se eles dissessem: “Por que não compartilhar nossos brinquedos com todos?” Jogos como Forza, que antes eram exclusivos da Xbox, agora podem ser jogados na PlayStation. Isso faz com que o parque seja mais acessível, mas também levanta uma dúvida: qual é o valor de construir um brinquedo que qualquer um pode usar, ao invés de mantê-lo exclusivo?

Essa estratégia da Microsoft Gaming está causando uma verdadeira confusão entre as editoras e produtoras de jogos. Antes, elas sabiam que, se criassem um game exclusivo para Xbox, poderiam atrair jogadores para essa console específica. Agora, com os jogos da Microsoft sendo lançados também na PlayStation, essa lógica virou de cabeça para baixo. É como se uma loja que vendia apenas roupas de uma marca agora começasse a vender também nas lojas dos concorrentes. Isso pode parecer uma boa jogada para alcançar mais pessoas, mas também pode desvalorizar o que antes era exclusivo, aquela sensação de possuir algo único.

Especialistas como Chris Dring apontam que essa mudança representa o fim dos exclusivos Xbox. Jogos que antes só poderiam ser jogados na Xbox agora estão acessíveis na PlayStation e Nintendo, o que diminui a vantagem competitiva da Microsoft. Para as editoras, essa estratégia levanta uma questão importante: por que investir pesado em criar jogos exclusivos para uma plataforma que, no final, pode acabar permitindo que seus títulos sejam jogados em qualquer console? É uma espécie de jogo de xadrez, onde cada movimento precisa ser pensado com cuidado.

Na prática, essa mudança lembra uma loja de brinquedos que decide vender seus brinquedos mais populares em todas as lojas da cidade. Para os consumidores, isso pode ser ótimo, pois terão acesso a mais jogos, mas para as plataformas que antes se apoiavam na exclusividade, isso é um desafio. A Microsoft, ao abrir seus jogos para outras plataformas, parece estar mais focada em alcançar uma audiência maior, do que em manter uma fortaleza imbatível de jogos exclusivos.

Ao pensar nesse cenário, é como se estivéssemos assistindo a uma evolução natural nos negócios, onde a competição se torna mais aberta e democrática. Porém, para quem investe na criação de jogos exclusivos, essa mudança traz uma incerteza: será que vale a pena continuar investindo em títulos que, no final, podem acabar sendo jogados em qualquer lugar? Esse é um ponto que a indústria de jogos precisa refletir, pois a estratégia que a Microsoft vem adotando certamente vai moldar o futuro dos consoles e dos jogos por muitos anos.

Fonte: Produtoras questionam o porquê de criar versão Xbox – Eurogamer.pt | Link da fonte: https://www.eurogamer.pt/produtoras-questionam-o-porque-de-criar-versao-xbox