Imagine uma luz viajando pelo universo como alguém correndo numa pista de corrida gigante, onde o espaço é infinito e o tempo, quase parado. Essa luz, que chamamos de radiação eletromagnética, é uma onda que não tem massa — ou seja, ela não é pesada. Por isso, ela consegue atingir a velocidade máxima possível no universo: aproximadamente 300 mil quilômetros por segundo, uma velocidade tão impressionante que, em um piscar de olhos, ela percorre mais de duas vezes a circunferência da Terra.

Quando você olha para o céu e observa estrelas ou galáxias, está vendo a luz que elas emitiram há anos, até milhões de anos. A galáxia do Cata-vento, por exemplo, enviou sua luz há 25 milhões de anos, viajando por uma distância de cerca de 240 quintilhões de quilômetros. Essa luz chega até nós, porque ela viaja sem perder energia de forma significativa, mesmo atravessando o vazio do espaço por bilhões de anos-luz. Mas por que a luz consegue fazer isso sem se desgastar?

A resposta está na própria natureza da luz e do espaço. Como a luz é composta por ondas eletromagnéticas, ela não possui massa, e isso é crucial. Como ela não tem massa, ela não sofre o efeito da resistência ou do atrito que objetos com massa enfrentariam ao viajar pelo universo. Assim, ela mantém sua energia, sua velocidade e sua intensidade ao longo de toda a sua jornada. A única ocasião em que a luz realmente perde energia é quando ela colide ou ricocheteia em partículas ou poeira, dispersando-se e, eventualmente, enfraquecendo sua força.

Outro conceito fascinante relacionado à luz é a dilatação do tempo, uma das ideias mais intrigantes de Einstein. Se você pudesse estar ao lado de um fóton — uma partícula de luz — sua experiência seria única: do ponto de vista do fóton, o tempo parado, o espaço se contrai ao seu redor e a jornada de bilhões de anos-luz pareceria instantânea. Para nós, na Terra, essa mesma luz leva milhões de anos para chegar até nossos olhos, carregando uma história que remonta ao passado distante do universo.

Essa conexão entre luz, espaço e tempo revela uma beleza profunda: enquanto a luz viaja pelo universo sem perder energia, ela também nos conecta ao seu passado, nos mostrando um universo que evolui ao longo de bilhões de anos-luz de distância. A explicação para ela não perder energia ao atravessar o vazio é simples, mas surpreendente: o espaço é quase todo vazio, portanto, a luz não encontra obstáculos que a dispersem ou enfraqueçam. Assim, ela continua sua jornada, carregando a história do cosmos, até chegar aos nossos olhos com sua luz brilhante e eterna.

Essa compreensão do comportamento da luz nos ajuda a entender nossa conexão com o universo, um universo que é vasto, misterioso e cheio de histórias que a luz carrega através do tempo e do espaço, sem nunca se cansar ou perder energia. É como uma mensagem eterna, enviada por bilhões de estrelas e galáxias, que nos permite explorar as maravilhas do cosmos a partir do nosso pequeno quintal, mesmo sob a poluição luminosa que às vezes nos impede de ver as estrelas claramente.

Fonte: Os fótons ficam “cansados”? Um astrofísico explica a capacidade da luz de viajar a vastidão do Universo sem perder energia – Terra | Link da fonte: https://www.terra.com.br/planeta/os-fotons-ficam-cansados-um-astrofisico-explica-a-capacidade-da-luz-de-viajar-a-vastidao-do-universo-sem-perder-energia,fed1b8787fff698bd54203563621f009fnxco7it.html