Imagine o céu noturno como uma tela gigante, onde luzes coloridas dançam e brilham em um espetáculo que encanta os olhos humanos. Aqui na Terra, essa magia é conhecida como aurora boreal ou austral, fenômenos que acontecem perto dos polos e que parecem uma cortina de luzes verdes, vermelhas e azuis que se movem suavemente. Mas, e se eu te dissesse que, agora, temos uma novidade: as auroras também aconteceram em Marte, o planeta vermelho, e foram capturadas por um robô que há quatro anos explora sua superfície.

Essa história começa com uma explosão de energia do Sol, uma ejeção de gás e partículas carregadas que viajam pelo espaço como um foguete desgovernado. Quando essas partículas atingem Marte, elas não apenas causam tempestades, mas também criam um fenômeno que, até então, só víamos na Terra: as auroras. E o mais incrível é que os cientistas conseguiram registrar esse espetáculo com o rover Perseverance, que está em Marte desde 2020, coletando amostras de rochas e procurando sinais de vida antiga.

Para entender a importância dessa descoberta, pense na aurora como uma troca de energia entre o Sol e o planeta. Na Terra, nosso campo magnético funciona como um escudo que direciona as partículas solares para os polos, formando aquelas cortinas de luzes. Marte, por sua vez, não possui um campo magnético global forte como o nosso. Então, suas auroras são diferentes, mais como pequenos flashes de luz que aparecem quando partículas solares superenergéticas, vindas de tempestades solares, colidem com sua atmosfera. Essas colisões fazem com que os gases do planeta brilhem, criando um céu colorido que antes só podíamos imaginar, mas agora foi visto de perto.

O que os cientistas fizeram foi uma espécie de jogo de adivinhação e preparação. Eles acompanharam as erupções solares em tempo real, usando dados do Sol, e escolheram o momento perfeito para que o rover Perseverance apontasse seu espectrômetro e câmeras para o céu marciano. Quando a explosão solar atingiu Marte, em março de 2024, o equipamento capturou uma luz verde, exatamente na mesma cor que vemos na Terra, causada por átomos de oxigênio excitados. Essa cor, com comprimento de onda de 557,7 nanômetros, foi registrada pela primeira vez em solo marciano, confirmando que as auroras podem ser visíveis e estudadas de perto.

Essa descoberta não só enriquece nosso conhecimento sobre Marte, mas também ajuda a preparar o caminho para futuras missões humanas ao planeta. Imagine os astronautas admirando um céu cheio de luzes coloridas, como na Terra, mas em um mundo totalmente diferente. Além disso, a colaboração entre diferentes missões, como o Perseverance, o MAVEN e o Mars Express, demonstra como a ciência é um esforço coletivo, onde cada peça do quebra-cabeça é essencial para entender esse universo misterioso.

No fundo, essa história revela que, mesmo em um planeta tão distante e com condições diferentes das nossas, a natureza encontra maneiras de criar espetáculos de luz. E, ao entender esses fenômenos, estamos nos preparando para uma futura exploração humana, na qual poderemos contemplar essas auroras de verdade, com nossos próprios olhos, em um planeta que, até pouco tempo, parecia só um ponto vermelho no céu.

Se você gosta de física, astronomia ou simplesmente de maravilhar-se com o universo, essa notícia mostra que a ciência continua a nos surpreender. Cada descoberta como essa é uma janela aberta para o desconhecido, uma oportunidade de aprender mais sobre o nosso sistema solar e quem sabe, um dia, morar em mundos além do nosso lar azul. Afinal, o universo é uma vasta tela de luzes, e agora, temos a chance de assistir às suas cores em um planeta distante, com nossos próprios olhos e tecnologia.

Fonte: Robô da Nasa observa aurora em Marte pela primeira vez na história – Globo | Link da fonte: https://revistagalileu.globo.com/ciencia/espaco/noticia/2025/05/robo-da-nasa-observa-aurora-em-marte-pela-primeira-vez-na-historia.ghtml