Imagine um olho gigante, um olho que consegue enxergar além do que nossos olhos humanos podem captar. Agora, imagine esse olho sendo enviado ao espaço, bem longe daqui, onde a luz das estrelas e galáxias viaja por bilhões de anos até chegar até ele. Esse é o Telescópio Espacial Hubble, um verdadeiro herói da astronomia que, há 35 anos, vem nos mostrando o universo de uma forma que nunca imaginamos ser possível.

Lançado em 1990 a bordo do ônibus espacial Discovery, o Hubble foi como colocar um par de óculos superpotentes no céu, permitindo que os cientistas enxergassem através da camada de poeira que costuma esconder muitas estrelas e galáxias. Com essa visão desobstruída, o telescópio nos entregou imagens que mudaram tudo que pensávamos sobre o universo. Antes, acreditava-se que o universo era uma espécie de espaço vazio, com poucas estrelas e galáxias. Mas, graças às observações do Hubble, descobrimos que ele é um lugar repleto de vida, mistérios e fenômenos incríveis.

Uma das maiores revelações veio ao observar o núcleo de galáxias massivas, como a M87, onde o Hubble capturou evidências de buracos negros supermassivos, com mais de duas bilhões de vezes a massa do Sol. Essas imagens mostraram estrelas sendo puxadas por uma força gravitacional tão intensa que parecem estar em um vórtice cósmico, uma espécie de tornado gravitacional que desafia nossa compreensão da física. Foi como tirar uma foto de uma tempestade na Terra, mas no espaço, e perceber que essa tempestade é um buraco negro gigante.

O Hubble também nos trouxe imagens delicadas de nebulosas, como a Nebulosa da Ampulheta e a Nebulosa do Caranguejo. Essas regiões são como fábricas de estrelas, onde nuvens de gás e poeira se moldam em formas incríveis. A Nebulosa da Borboleta, por exemplo, parece uma asa colorida de um inseto gigante, com detalhes tão finos que parecem feitos à mão. E a Nebulosa do Caranguejo nos mostra os restos de uma supernova, uma explosão de uma estrela que aconteceu há milhares de anos, deixando para trás uma estrutura de filamentos que parecem uma teia de luz no espaço.

Outro destaque do Hubble é seu trabalho com galáxias distantes, como o Campo Profundo Extremo, que é como uma janela para o passado, mostrando milhares de galáxias que existiram há bilhões de anos. Essas imagens nos ajudam a entender como o universo evoluiu ao longo do tempo, como uma história que vai sendo escrita em cada pixel dessas fotos.

E não podemos esquecer de Júpiter e suas luas, como Ganimedes, a maior lua do sistema solar. Com o Hubble, podemos observar esses corpos celestes em detalhes impressionantes, quase como se estivéssemos lá, olhando de perto.

O Hubble é uma verdadeira ponte entre o céu e a Terra, uma ferramenta que nos ajuda a compreender melhores nossos limites e possibilidades. Em seus 35 anos de missão, ele mostrou que o universo é muito maior, mais antigo e mais cheio de surpresas do que poderíamos imaginar. E, assim como um bom livro de histórias, suas imagens continuam a inspirar novas perguntas, novas descobertas e a nossa eterna vontade de explorar o cosmos.

Fonte: 35 Anos em Órbita: Confira 10 Imagens Emblemáticas do Telescópio Hubble – forbes.com.br | Link da fonte: https://forbes.com.br/forbes-tech/2025/04/confira-10-imagens-emblematicas-do-telescopio-hubble/