Imagine o mercado de criptomoedas como um grande oceano, cheio de ondas imprevisíveis, recifes escondidos e correntes rápidas. Cada país, como um navegador, precisa decidir se navega nessas águas com seu próprio roteiro ou se prefere manter uma rota segura e conservadora. O Reino Unido, neste cenário, escolheu uma estratégia que parece mais com um capitão cauteloso que evita arriscar suas reservas em águas turbulentas, ao mesmo tempo em que explora novas possibilidades de navegação com tecnologia moderna.

Durante o FT Digital Asset Summit em Londres, a secretária do Tesouro, Emma Reynolds, deixou claro que o Reino Unido não pretende transformar suas reservas nacionais em criptomoedas. Isso é como dizer que, enquanto outros países podem estar pensando em colocar ouro digital guardado em suas contas, o Reino opta por não colocar seus ovos nesse cesto volátil. Essa decisão reflete uma postura de responsabilidade e prudência. Afinal, o bitcoin e outras criptomoedas, apesar de serem interessantes do ponto de vista de inovação, ainda carregam uma carga de incerteza e risco que o governo britânico prefere evitar ao tratar de reservas estratégicas.

Por outro lado, o Reino Unido não está fechando as portas para a inovação. Pelo contrário, eles estão de olho na tecnologia blockchain, que é como uma espécie de livro-razão digital, confiável e transparente. Reynolds mencionou que o governo está explorando a possibilidade de emitir dívida soberana usando essa tecnologia. Pense nisso como usar uma caneta de alta tecnologia para escrever uma nota formal, garantindo que ninguém possa alterar ou manipular o documento depois. Essa iniciativa demonstra que o Reino está interessado em usar o potencial da Web3 para melhorar suas infraestruturas financeiras, sem, contudo, colocar suas reservas em risco.

Outra peça importante desse quebra-cabeça é a colaboração internacional. Reynolds anunciou a criação de um grupo de trabalho de alto nível entre o Reino Unido e os Estados Unidos, uma espécie de ponte para trocar ideias e criar regulações mais eficientes para os ativos digitais. Essa cooperação é como dois capitães de navios que, mesmo navegando em rotas diferentes, decidem conversar para evitar acidentes e explorar juntos novas rotas no mar digital. Porém, ela deixou claro que o Reino Unido não pretende seguir cegamente o que a União Europeia fez com o seu quadro regulatório, conhecido como MiCA. Em vez disso, eles preferem uma abordagem mais flexível, baseada em resultados concretos, que respeite a sua tradição de estabilidade financeira e autonomia regulatória.

No fim das contas, a postura do Reino Unido revela um entendimento claro de que o mercado de criptomoedas ainda é uma terra de oportunidades, mas também de riscos. Eles parecem estar dizendo: “Queremos explorar essas águas, mas sem colocar nossas reservas em risco nem abandonar nossa bússola de responsabilidade financeira.” Essa estratégia combina inovação com segurança, sinalizando ao mundo que Londres deseja ser um polo de tecnologia financeira, sem abrir mão da estabilidade que conquistou ao longo de décadas. Assim, enquanto outros países podem estar mergulhando de cabeça nas ondas cripto, o Reino opta por um caminho mais equilibrado, que pode, no futuro, consolidar sua posição como um centro global de inovação financeira responsável e sustentável.

Fonte: Reino Unido traça novo caminho : blockchain sem bitcoin – Cointribune | Link da fonte: https://www.cointribune.com/pt-br/reino-unido-rejeita-bitcoin-como-reserva-nacional/