Imagine um time de futebol que joga bem, faz boas jogadas e até ganha alguns jogos, mas que nunca treina de verdade para pensar no campeonato inteiro, só se preocupa com o próximo jogo. É assim que muitos executivos brasileiros têm atuado no mundo dos negócios. Segundo Amy Webb, uma especialista em estratégias de futuro, eles são excelentes em estratégias de curto prazo — como dar um chute na bola e marcar um gol — mas deixam de lado o que vai acontecer daqui a cinco, dez anos. Essa visão de longo prazo é como planejar uma viagem: você não quer só chegar ao próximo ponto, mas pensar no destino final, no que será preciso para chegar lá.
No Brasil, muitas empresas ainda são controladas por famílias, e essa cultura de rotatividade na liderança é como um time que troca de técnico toda hora: fica difícil ter uma estratégia sólida. Além disso, essa incerteza constante faz com que os empresários se concentrem em apagar incêndios, resolvendo problemas do dia a dia, em vez de pensar em como inovar e transformar seus negócios de forma sustentável. É como cuidar de um jardim só na hora de regar as plantas, sem pensar no planejamento do solo, das sementes ou das estações do ano. Assim, o crescimento fica limitado, e a empresa fica presa ao presente, sem sementes para o futuro.
Amy Webb também aponta uma armadilha comum: copiar estratégias de CEOs famosos como Jack Welch, que cortava custos para aumentar lucros rapidamente, mas que, na visão dela, não é uma estratégia sustentável. É como fazer uma dieta muito radical só para perder peso rápido, mas sem pensar na saúde a longo prazo. No mundo dos negócios, a verdadeira inovação — criar algo novo, que resolva problemas de forma diferente — é o que realmente faz uma empresa crescer de verdade. Para o Brasil, isso significa criar um ecossistema onde startups, empresas tradicionais, universidades e governos trabalhem juntos, como um time de futebol que treina junto, planeja jogadas e pensa na vitória do campeonato, não só no próximo jogo.
Outra questão importante que Amy Webb traz é sobre a transformação digital e o uso da inteligência artificial. Muitos empresários querem chegar ao ponto ideal em que sua empresa esteja totalmente preparada para a IA, mas a verdade é que essa preparação nunca acaba. É como querer construir uma casa perfeita, mas que nunca fica pronta, porque sempre aparecem melhorias, novas tecnologias e possibilidades. O segredo é entender que a transformação digital é um processo contínuo, uma jornada sem fim, onde cada passo traz novas oportunidades de crescimento.
No fundo, o que Amy Webb nos ensina é que pensar no futuro é como navegar por um rio que nunca para de correr. Você não consegue ver toda a direção de uma só vez, mas precisa estar atento às mudanças, às marés e às correntezas. Para os executivos brasileiros, isso significa abandonar a mentalidade de curto prazo, investir em inovação e criar uma cultura de planejamento de longo prazo. Assim, eles não só vão sobreviver às crises, mas também irão prosperar, construindo negócios mais sólidos, inovadores e prontos para o que o futuro reserva. Afinal, quem consegue olhar além do horizonte, consegue navegar melhor pelas águas turbulentas do mercado.
Fonte: “Os CEOs precisam criar uma visão de futuro”, diz Amy Webb – Época Negócios | Link da fonte: https://epocanegocios.globo.com/inteligencia-artificial/noticia/2025/04/os-ceos-precisam-criar-uma-visao-de-futuro-diz-amy-webb.ghtml