Você já brincou de esconde-esconde? É um jogo comum, onde uma pessoa conta até um determinado número enquanto os outros se escondem. Depois de terminar a contagem, a pessoa tem que procurar os outros jogadores. Agora, imagine que você está jogando esconde-esconde, mas em vez de procurar seus amigos, você está procurando fósseis. E em vez de contar até 10, você está contando milhões de anos atrás.
Bem, é assim que os paleontólogos jogam! E recentemente, no Brasil, eles encontraram uma “jogadora” muito especial – a formiga mais antiga do mundo, que estava “escondida” por 113 milhões de anos! Eles a chamaram de “formiga do inferno” por causa de suas mandíbulas estranhas, parecidas com foices.
Imagine que você é um chef de cozinha e suas mãos são as ferramentas que você usa para preparar os alimentos. É assim que a formiga usa as mandíbulas – mas ao contrário de nós, que cortamos e preparamos os alimentos sobre uma tábua de cortar, a formiga do inferno usava suas mandíbulas de uma maneira completamente diferente. Elas eram paralelas à cabeça da formiga e se projetavam para fora, à frente dos olhos. Acredita-se que essas mandíbulas fossem usadas para imobilizar ou empalar suas presas.
A existência dessa formiga brasileira tão antiga e com características tão únicas, como se fosse uma chef com um método de corte exclusivo, faz os cientistas repensarem sobre a história das formigas. Antes, acreditava-se que as formigas mais antigas eram da França e de Mianmar. Mas agora, com essa descoberta, os cientistas percebem que a história das formigas é muito mais diversificada e distribuída globalmente do que imaginavam.
Assim como no esconde-esconde, onde cada jogo é único e emocionante, cada descoberta de fósseis traz novos conhecimentos e desafia nossos conceitos antigos. E, assim como no jogo, os paleontólogos estão sempre prontos para a próxima rodada, curiosos para saber o que irão encontrar a seguir.