Imagine um caminhão rodando pelas estradas do Brasil, carregado de cargas pesadas, e ao invés de consumir diesel, ele estivesse abastecido com um combustível que vem de resíduos naturais, como a cana-de-açúcar. Parece ficção, mas na verdade, essa é uma realidade que já está acontecendo com o biometano, uma solução sustentável para o transporte rodoviário de cargas no Brasil.

O biometano é como um irmão do gás natural, mas com um diferencial importante: ele é produzido a partir do processamento do biogás, que por sua vez, vem de resíduos orgânicos, como restos de cana-de-açúcar. Essa tecnologia, que já está em pleno desenvolvimento, mostra que não precisamos esperar anos ou décadas para ver mudanças concretas. Segundo o presidente da Copersucar, Tomás Manzano, o uso do biometano no transporte de cargas já é economicamente viável com a tecnologia atual. Isso é como descobrir que a solução para um problema difícil já existe e funciona hoje, basta querer usá-la.

No contexto do Brasil, onde a matriz de transporte é altamente dependente do modal rodoviário e do diesel, essa inovação surge como uma oportunidade de transformar a indústria. Poderíamos imaginar o biometano como uma ponte sustentável que conecta o presente ao futuro, usando resíduos da agricultura, que normalmente seriam descartados ou queimados, para gerar energia limpa. Assim, além de reduzir a poluição, o Brasil aproveita seus recursos naturais de forma inteligente e eficiente.

Os números reforçam essa esperança. Dados de mercado indicam que o etanol, derivado da cana-de-açúcar, emite menos de um terço de CO₂ por megajoule em comparação aos combustíveis fósseis tradicionais, como gasolina e diesel. Na prática, isso significa que, só na operação da Copersucar, o uso de etanol evita a emissão de cerca de 37 milhões de toneladas de CO₂ por ano. É como se estivéssemos retirando milhões de carros a diesel das ruas, contribuindo para diminuir os efeitos das mudanças climáticas.

Outra inovação importante é o combustível de aviação sustentável, também feito a partir do etanol. Quando comparado ao querosene de aviação, ele é muito mais eficiente em termos de carbono, podendo ser uma alternativa viável para tornar o transporte aéreo mais limpo. É como substituir uma lanterna antiga por uma lâmpada de LED: a tecnologia mais moderna oferece mais brilho com menos impacto ambiental.

Tudo isso acontece em um momento crucial, durante a COP30, uma conferência mundial que discute o futuro climático do planeta. O Brasil, com sua experiência e recursos, tem a chance de liderar essa transição para uma matriz energética mais sustentável. E o mais interessante é que o Brasil já possui uma indústria de biocombustíveis bastante madura, com potencial para replicar esse modelo em outros países, ajudando o mundo a avançar rumo a um futuro mais verde.

No final das contas, o biometano representa uma oportunidade concreta de transformar resíduos em energia, de reduzir emissões e de promover um transporte rodoviário mais sustentável no Brasil. Assim como uma receita simples pode transformar ingredientes comuns em um prato delicioso, essa tecnologia simples, mas poderosa, tem o potencial de revolucionar o setor de transporte, tornando-o mais limpo e eficiente. E quem sabe, um dia, o caminhão que hoje roda carregado de cargas pesadas possa viajar com um combustível que nasceu de resíduos, ajudando o planeta a respirar melhor.

Fonte: Trocar diesel por biometano no transporte de carga é viável, diz Copersucar – CNN Brasil | Link da fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/branded-content/nacional/trocar-diesel-por-biometano-no-transporte-de-carga-e-viavel-diz-copersucar/