Imagine um cenário simples: você recebe uma ligação inesperada de alguém que parece preocupado com sua conta bancária. Essa pessoa, que na verdade é um criminoso disfarçado, usa uma voz calma, convincente, quase como um vendedor que quer te ajudar a resolver um problema. Ele diz que detectou uma transação suspeita na sua conta e que você precisa “redefinir” ou “verificar” seu cartão para proteger seu dinheiro. Parece até que alguém realmente se importa, não é? Mas, na verdade, essa é uma armadilha cuidadosamente planejada, um golpe bancário via telefone que usa técnicas persuasivas para roubar seus dados.
Vamos entender como tudo isso funciona, de uma forma bem simples, como explicar uma brincadeira de criança. Pense na sua conta bancária como uma casa com várias portas. Cada porta tem uma fechadura, que são seus dados bancários, senhas, PINs, tudo aquilo que mantém sua casa segura. Os criminosos, nesse golpe, tentam convencer você a abrir uma porta que, na verdade, dá para eles. Eles usam uma conversa calma, uma fala convincente, para te fazer acreditar que precisam da sua ajuda, quando na verdade estão querendo abrir a porta da sua casa — ou melhor, da sua conta bancária.
O primeiro passo do golpe é fazer você ligar para um número específico, que parece oficial, mas na verdade é controlado por criminosos. Eles te fazem pensar que estão do seu lado, que seu banco está te ajudando a proteger seu dinheiro, quando na verdade é o contrário. Durante a ligação, eles usam técnicas persuasivas — que é uma forma de convencer alguém a fazer algo que, muitas vezes, não faria normalmente — para te fazer acreditar que é necessário “redefinir” seu cartão ou “verificar” alguma transação suspeita.
Mas o que realmente eles querem? Seus dados bancários, claro. E, para obter esses dados, eles usam uma estratégia engenhosa. Como se fosse um jogo de quebra-cabeça, eles te guiam pelo seu próprio aplicativo de mobile banking, pedindo para você recuperar informações como o PIN do seu cartão. E, como você provavelmente não sabe imediatamente o PIN, acaba entrando no aplicativo e, sem perceber, entregando informações que podem parecer simples, mas que são como chaves que abrem a porta da sua casa.
Depois de conquistar sua confiança, os criminosos fazem algo ainda mais perigoso: eles te instruem a remover limites de gastos do seu cartão no aplicativo. Isso é como tirar a trava de uma porta que impede que alguém entre com facilidade. Assim, quando eles realizarem o saque fraudulento, terão menos obstáculos para gastar seu dinheiro. É um passo que parece inocente, mas é uma armadilha bem planejada para facilitar o roubo.
E a história não para por aí. Os criminosos usam uma tática que parece saída de um filme de espionagem moderna. Eles enviam um link disfarçado de ferramenta de segurança ou utilitário de verificação, por SMS ou WhatsApp, que na verdade é um aplicativo malicioso. Imagine receber um link de um amigo confiável, que parece seguro, mas na verdade é uma armadilha. Ao clicar, você instala um aplicativo escondido chamado SuperCard X, que é como um ladrão invisível. Esse aplicativo possui uma funcionalidade de retransmissão NFC, que é uma tecnologia que permite que um dispositivo “escute” as informações de um cartão de crédito ou débito apenas ao aproximar o cartão do celular.
Vamos usar uma analogia para entender isso melhor: imagine que seu cartão é uma chave, e o NFC é uma porta que a chave abre. O aplicativo malicioso consegue captar essa chave com um truque, enquanto você acha que está apenas verificando seu saldo ou instalando uma atualização de segurança. Assim, a partir do momento que o cartão é aproximado do celular infectado, o malware captura os detalhes do cartão, como número, validade e código de segurança, e retransmite essas informações para um segundo dispositivo controlado pelo criminoso. É como se alguém estivesse copiando sua chave na hora que você não percebe, e essa cópia é enviada para alguém que quer usar sua chave para abrir sua casa — ou no caso, sua conta bancária.
Tudo isso acontece em questão de segundos, quase como uma mágica tecnológica. E o mais assustador é que esse esquema explora nossa confiança e nossa ignorância sobre tecnologia, fazendo com que a gente divulgue informações confidenciais sem perceber. É como se alguém estivesse usando o seu próprio telefone para roubar seu segredo mais valioso: seus dados bancários.
Para evitar cair nesse tipo de golpe, o mais importante é estar atento às chamadas que parecem suspeitas, desconfiar de links enviados por SMS ou WhatsApp de fontes não confiáveis, e nunca fornecer suas informações bancárias por telefone ou aplicativos que não sejam oficiais do seu banco. Além disso, usar autenticação de dois fatores, manter o aplicativo do banco atualizado e ficar atento a qualquer atividade suspeita na sua conta também são medidas essenciais.
O golpe bancário via telefone que usa técnicas persuasivas é uma ameaça real, que aproveita nossa confiança e nossa falta de atenção com a tecnologia. Assim como um ladrão que se disfarça de entregador, os criminosos usam a empatia e a persuasão para entrar na sua casa digital. Conhecer esses truques é como ter uma chave extra para sua segurança, ajudando a proteger seu dinheiro e sua paz de espírito. Afinal, na corrida contra o crime digital, o melhor arma é a informação, e o melhor escudo é a atenção.
Fonte: Novo vírus identificado na Itália pode clonar dados de cartão pelo celular – UOL Economia | Link da fonte: https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2025/04/29/golpe-novo-virus-clona-dados-de-cartao-remotamente-pelo-celular.htm