Imagine um mundo onde os robôs não são apenas máquinas que fazem o que você manda, mas que realmente entendem e interagem com o ambiente ao seu redor de forma inteligente. Essa é a direção que a Nvidia, uma gigante dos chips de computador, está seguindo ao anunciar durante o Web Summit Rio um avanço na área de inteligência artificial física. Pense na IA física como um cérebro que não só pensa, mas que também age no mundo real, manipulando objetos, se movendo e trabalhando ao lado de humanos de forma mais eficiente.

Para entender melhor, imagine um robô como um braço de uma fábrica ou um humanoide que consegue pegar uma bola, transferi-la de uma mão para a outra e até montar brinquedos ou automóveis. Antes, essas tarefas eram feitas por humanos ou por robôs programados de forma rígida. Agora, com a inteligência artificial física, esses robôs podem aprender a fazer tarefas complexas, adaptando suas ações ao que acontece ao seu redor, assim como você aprende a usar uma nova ferramenta ou resolver um problema inesperado.

A Nvidia já deu passos importantes nesse caminho com o lançamento do Isaac Gr00t N1, uma IA treinada para manipular objetos com precisão, capaz de transferir itens entre mãos e executar tarefas em etapas. Isso é como ensinar um robô a fazer uma receita de bolo, passo a passo, mas com a vantagem de que ele consegue ajustar sua ação se algo não sair como esperado. Essa tecnologia ajuda desenvolvedores e pesquisadores a criar robôs que podem, por exemplo, montar carros ou empacotar mercadorias, tudo de forma autônoma.

O diferencial da IA física está no fato de ela ser treinada para entender o espaço físico real, usando técnicas como o aprendizado por reforço. Pense nisso como um videogame onde o personagem aprende a evitar obstáculos e alcançar objetivos por tentativa e erro, até se tornar um especialista na tarefa. Assim, os robôs podem lidar com imprevistos, como uma peça que escapa de suas mãos ou uma mudança inesperada na linha de produção.

Durante o evento, a Nvidia também apresentou o robô Blue, inspirado na saga Star Wars, que interagiu em tempo real com o CEO Jensen Huang, demonstrando o que é possível com essa tecnologia. Equipado com dois computadores Nvidia e usando um motor de física chamado Newton, o Blue consegue simular o mundo ao seu redor com precisão, tornando-se uma espécie de “fantoche inteligente” que pode atuar de forma autônoma.

A previsão é que, em até cinco anos, robôs humanoides como o Blue possam estar presentes em fábricas, realizando tarefas específicas em ambientes controlados. Isso não quer dizer que eles substituirão os humanos, mas que irão trabalhar ao lado, apoiando atividades repetitivas, perigosas ou exaustivas. Assim como um maestro que coordena uma orquestra, a Nvidia quer fornecer a esses robôs o “cérebro” necessário para que eles possam desempenhar suas funções com mais autonomia e inteligência, trazendo uma revolução na robótica e na automação industrial.

A inovação na robótica impulsionada pela inteligência artificial física é como ensinar um robô a entender o mundo de verdade, ao invés de apenas seguir comandos pré-programados. Essa evolução é fundamental para tornar nossas indústrias mais eficientes, seguras e capazes de realizar tarefas que, até pouco tempo atrás, pareciam exclusivas dos humanos. E, assim como na física de partículas ou nos conceitos mais complexos da ciência, às vezes o segredo está em entender e manipular as forças invisíveis — neste caso, a força da inteligência que dá vida às máquinas.

Fonte: Criação de robôs humanoides pode ser acelerada com IA física – Tribuna de Minas | Link da fonte: https://tribunademinas.com.br/colunas/maistendencias/criacao-de-robos-humanoides-pode-ser-acelerada-com-ia-fisica/