Imagine o universo como uma grande e misteriosa sala de espelhos, onde cada reflexão revela uma parte diferente do que acontece lá fora. Dentro dessa sala, existem objetos que são difíceis de enxergar, como os buracos negros. Eles são como buracos escuros em um espelho, que não refletem luz e, por isso, parecem invisíveis. Mas, às vezes, esses buracos negros podem nos dar uma pista de sua presença: quando eles se deitam com uma estrela, causando um espetáculo de luz que podemos observar.
Recentemente, astrônomos capturaram um desses momentos mágicos, um clarão de luz chamado AT2024tvd, causado por uma estrela que foi destruída por um buraco negro supermassivo. Pense na estrela como uma maçã que, ao cair na boca de um monstro gigante, é completamente devorada. Essa ação, conhecida como evento de perturbação de maré (TDE), faz com que uma quantidade enorme de energia seja liberada, criando um brilho que podemos detectar com telescópios aqui na Terra.
O que torna esse achado ainda mais fascinante é que o buraco negro responsável por esse fenômeno não está no centro da galáxia, como normalmente acontece. Ele é um “buraco negro errante”, uma espécie de viajante solitário que se move pelo espaço, longe do núcleo galáctico. Essa descoberta é como encontrar uma agulha no palheiro, pois esses buracos negros errantes são difíceis de localizar, já que eles não emitem radiação própria, ao contrário de outros objetos cósmicos ativos.
A equipe liderada pelo astrônomo Yuhan Yao usou o Zwicky Transient Facility, um telescópio que funciona como um olho vigilante na Califórnia, capaz de varrer o céu noturno e captar esses flashes de luz. A observação aconteceu em agosto do ano passado, quando o telescópio detectou esse brilho vindo de uma galáxia a 600 milhões de anos-luz de distância. Isso é como observar uma vela acesa do outro lado do universo, uma distância quase inimaginável.
Esse tipo de evento é fundamental para entender o universo. Eles nos ajudam a localizar buracos negros que, de outra forma, permaneceriam invisíveis. Como esses buracos negros errantes não estão ativos, eles não emitem radiação e, por isso, são difíceis de detectar. Mas, quando uma estrela passa perto demais e é destruída, ela nos dá uma pista de sua presença, como uma pegada na neve que revela a passagem de um animal escondido.
Ao estudar esses fenômenos, os astrônomos podem descobrir uma população escondida de buracos negros, espalhados por aí, longe dos centros galácticos. Essa pesquisa é como usar uma lanterna para iluminar áreas do universo que antes estavam na penumbra, revelando segredos que ajudam a montar o grande quebra-cabeça do cosmos. Assim, cada clarão de luz registrado é um passo importante na nossa jornada de entender o universo e seus objetos mais enigmáticos.
Fonte: Morte de estrela: clarão revela existência de buraco negro “errante” – Metrópoles | Link da fonte: https://www.metropoles.com/ciencia/clarao-revela-buraco-negro-errante